Flor vermelha

Era vermelha a flor que ela carregava entre as pernas e sangrava seus gozos e pétalas

A cada homem um pouco da seda e do fio

E o trama era o desafio de se sentir mulher inteira

Se entregava numa fogueira que ela própria tragava num gole só

Fôlego de gata gasto em sete vidas atrevimento de ser ouvida no sexo complexo de Medusa no meio do mar deserto

Pegava com suas duas mãos aquele pássaro falo reflexo

E enfiava no meio da boca entre a língua e sua voz rouca

Enfiava no meio das pernas e sentia abrir as pétalas no volume desejado no tamanho traçado pelo infinito da flor e seu talo

À currente cálamo.

Iatamyra Rocha

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Obrigada pela visita e palavras.